Viagem de Lula a China pode facilitar a produção de carros elétricos no Brasil.
Fotos: Silvio Porto / Divulgação
Colaboração: Yuri Ferraz
E a planta industrial da Ford em Camaçari (BA), hoje desativada, está nesses planos com uma possível compra por fabricantes chineses.
Integrantes do governo brasileiro se reuniram na última semana para discutir pontos para apresentar aos chineses durante a viagem do presidente Lula ao país asiático no final deste mês. A comitiva brasileira busca politicamente que uma empresa da China compre a planta da Ford em Camaçari, Bahia, com isenções fiscais.
Com essa notícia, especialistas do setor de eletromobilidade têm defendido que a compra seja realizada por uma empresa voltada para a ampliação do mercado de carros elétricos no Brasil. “Acredito que a venda da planta da Ford em Camaçari para uma empresa chinesa pode ser uma grande oportunidade para eletrificar ainda mais o mercado brasileiro”, afirma Ricardo David, sócio diretor da Elev, empresa especializada em soluções para a eletromobilidade, que é natural do Estado da Bahia.
Por mais que a prioridade para uma empresa de carros elétricos possa estar subentendida, ainda não houve a confirmação de qual tipo de montadora poderá assumir a a fabrica da Ford no Estado.
No Brasil, o setor de veículos elétricos vem crescendo a cada ano, impulsionado pela demanda dos consumidores. Segundo os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) o carro eletrificado somou 4.500 unidades vendidas em janeiro de 2023. A ABVE também aponta que foram vendidos 49.245 veículos eletrificados no Brasil em 2022, um crescimento de 41% em relação ao ano anterior.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, recentemente defendeu que a ida do presidente Lula à China pode acelerar o negócio. A planta da Ford em Camaçari seria retomada em três fases, começando com a produção de motores elétricos para caminhões e ônibus.
“Seria interessante que uma empresa, como a BYD, que já é uma grande fabricante de carros elétricos, comprasse a planta da Ford na Bahia. A discussão é uma excelente oportunidade para analisarmos como o Brasil pode avançar no desenvolvimento de carros elétricos”, sugere Ricardo David.
