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Foi em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, quando ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem ao movimento pelos direitos das mulheres em reposta ao massacre de 8 de março de 1857, quando trabalhadoras da industria têxtil de Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas.

O movimento foi reprimido com violência pela polícia, onde várias morreram. Mas somente no ano de 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março.

De lá para cá poucas coisas mudaram para as mulheres. Mesmo qualificadas, as mulheres ainda são tratadas com discriminação, inclusive nos salários menores em relação aos homens com a mesma qualificação. E a jornalista Célia Murgel não fugiu a essa retórica. Nos anos 90, trabalhando na revista Quatro Rodas especializada no setor automotivo, que na época ainda se via como setor predominante masculino, lembro bem Celinha relatar que no início era olhada com desdenho por alguns jornalistas. Certo dia em uma coletiva de imprensa da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), na mesa com vários jornalistas homens, um deles se virou para ela e soltou uma grosseira pergunta: “O que você faz aqui?”.

A sorte que muitos sentados a mesa recriminaram a pergunta, tentando diminuir o desconforto da jovem jornalista. Como a vida dá voltas, pouco tempo depois Célia Murgel pela mesma Quatro Rodas viria a ser premiada com duas importantes premiações: Prêmio Volvo de Segurança e Prêmio Anfavea. Mas como o setor ainda continuava machista, por sorte bem menos, Célia achando que o preconceito já fazia parte do passado, pelo menos no setor automotivo, viria a reviver esse trágico movimento. Ao produzir uma matéria comparando os vários modelos de carros de corrida, entre eles um Stock Car, em Interlagos, jornalistas amigos presentes e os mecânicos brincavam, mas com claro preconceito, eles apostaram em qual curva Celinha ia sair da pista com o Stock Car do piloto Adalberto Jardim. Como eles não contavam com a capacidade de pilotar da Celinha boqui-abertos viram a menina concluir a volta sem problemas. Quem bateu no muro foi um outro jornalista, hoje diretor de comunicação de uma marca chinesa, ka ka ka ka ka.

Anos depois, já conhecida e respeitada no meio e exercendo o cargo de Presidente da Abiauto (Associação Brasileira da Imprensa automotiva), aquele mesmo jornalista que perguntou o que faz aqui pedia para ingressar na entidade, presidida pela Celinha. Depois de citar apenas alguns relatos vividos pela Celinha, fecho essa reportagem especial com um vídeo onde a jornalista mais uma vez passou por essa situação. Neste caso foi o preconceito de uma autoridade policial no teste de um caminhão da Iveco na rodovia Anchieta a caminha de Santos (SP). Hoje feliz, conto com essa incrível mulher e ótima profissional como parceira e editora do MotorCar/DirigindoAutos e como minha esposa, mãe dos meus queridos filhos Guilherme, Giovanna e Silvinho. Celinha, se um dia o preconceito sumir, desaparecer de nossa sociedade, você teve um participação importante. Parabéns!!!!

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